segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Dead Rising 2- Review

By Bruno

Fonte: Baixaki Jogos

87ESCOLHA DO BJ
  • GráficosNota 85
  • JogabilidadeNota 75
  • ÁudioNota 90
  • DiversãoNota 90
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Contras
Sejamos sinceros: os zumbis já contaminaram o universo do entretenimento eletrônico há um bom tempo. Muitos devem se lembrar da época em que o mundo babava ao prestigiar o suspense e o terror dos primórdios da série Resident Evil no saudoso PlayStation. Com o passar do tempo, o conceito em relação aos mortos-vivos foi se alterando. Pouco a pouco, as criaturas foram evoluindo, deixando de serem apenas seres lentos e sem cérebro para se transformarem em zumbis atletas e estratégicos.
Além das mutações biológicas, que acabaram gerando uma série de monstrengos bizarros, as criaturas também se tornaram um dos personagens mais populares dos consoles. Muitos diziam que os zumbis já estavam “manjados”. Realmente, era difícil inovar quando Resident Evil já havia feito praticamente de tudo com os seres em estado de putrefação.
Contudo, o mundo se surpreendeu quando a própria Capcom, responsável pela série RE, anunciou um game um tanto quanto curioso para Xbox 360. Dead Rising é o seu nome, e o título foi um dos primeiros jogos do console a chegar às lojas em 2006. Sim, novamente tínhamos os famosos zumbis, mas a fórmula estava bem diferente.
No jogo, você assumia o papel de Frank West, um jornalista enviado a um Shopping Center para fotografar e registrar a infestação. À primeira vista, o game é bem parecido com os demais, trazendo uma trama que se aproveita de grandes clichês. Mas, é aí que surge a grande sacada da Capcom. A companhia decidiu aproveitar os chavões da indústria cinematográfica e do entretenimento eletrônico para conceber um título extremamente engraçado.
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O resultado foi o sucesso absoluto. O exclusivo para Xbox 360 vendeu muito bem, e tanto a crítica quanto o público adoraram o jogo. Afinal de contas, não poderia ser diferente, pois a Capcom conseguiu criar algo inovador, cômico e totalmente cativante. O que é mais divertido do que eliminar centenas de zumbis utilizando armas improvisadas como CDs, chapéus e outras bizarrices?
É claro que todos adoraram a fórmula e passaram a esperar por uma sequência. Dead Rising 2 foi anunciado, causou alarde e finalmente chegou às lojas. Mas, será que novamente teremos uma infestação de risos e diversão em nossos quartos? Ou Dead Rising 2 mal se aguenta em pé? Veremos.

Aprovado

Remédios, um reality show e psicopatas
Para a alegria dos fãs, a Capcom acertou mais uma vez com a história de Dead Rising. A trama bem elaborada e repleta de reviravoltas é um dos fatores que mais prende o jogador em frente à tela — além da matança de zumbis, é claro.
O pretexto é relativamente simples. Você assume o papel de Chuck Greene, uma estrela de um dos reality shows mais populares dos Estados Unidos: o Terror is Reality. Realizado em Fortune City — uma espécie de Las Vegas genérica —, o evento reúne quatro atletas que devem participar de várias provas competitivas para vencer e conquistar o grande prêmio. Quem se lembra do programa American Gladiator provavelmente notará muitas semelhanças na grande sensação de Fortune City.
Entretanto, aqui os participantes não se resumem a apenas quatro humanos. Sim, os zumbis fazem parte do evento e são a maior razão para o esporte ter conquistado tantos fãs assim. Aqui, as criaturas são tão importantes quanto uma bola em um jogo de futebol. Toda a diversão está centrada em eliminar os zumbis da maneira mais brutal possível e os grandes campeões normalmente saem com bastante sangue sobre seus trajes.
É claro que nem todos são a favor dessa violência gratuita na TV, mesmo que as vítimas sejam os (não mais) temidos zumbis. Uma prova disso é o CURE, uma espécie de organização que visa defender os direitos dos seres que já não caminham como humanos sobre a Terra. Sim, imagine uma espécie de Sociedade Protetora dos Zumbis. Basicamente, a ONG quer apenas que as criaturas sejam tratadas com respeito, algo que, definitivamente, não acontece no programa Terror is Reality.
Certo dia, Chuck, em mais um dia de “trabalho”, acaba sendo surpreendido por um acontecimento temido por todo o mundo. Depois de eliminar algumas centenas de zumbis para conquistar o grande prêmio, o atleta decide encontrar sua filhinha Kate. Chuck então vai ao vestiário para, posteriormente, se reunir com sua pequena. Obviamente, as coisas não vão como planejado e Chuck dá de cara com uma nova infestação zumbi.
Posteriormente, descobrimos que alguém armou uma arapuca para Chuck, que aparece abrindo os portões das locações do Terror is Reality e liberando os mortos-vivos para as ruas. Kate e seu pai conseguem abrigo em um refúgio, mas nem tudo está seguro. A pequena garota já foi infectada por zumbis antes do incidente de Terror is Reality e sobrevivia graças a um remédio conhecido como Zombrex, o qual é capaz de cortar o efeito do vírus por um período de 24 horas. O grande problema é que não há uma estocagem do medicamento no local, obrigando Chuck a se deslocar em meio à infestação para salvar a vida de sua filha e evitar que ela tome o mesmo destino de sua falecida mãe.
Assim como no primeiro jogo, você tem apenas 72 horas (em jogo) para realizar suas tarefas — caso contrário, o socorro irá simplesmente deixar Chuck para virar petisco de zumbi. Existem mais sobreviventes em Fortune City e assim surgem mais problemas, levando Chuck a uma longa missão em busca da verdade e da chance de vida de sua filha.
Como é possível perceber, a trama de Dead Rising 2 é bem interessante. Felizmente, as coisas ficam ainda melhor graças à narrativa adotada pela Capcom. Além de trazer diversas críticas sarcásticas à “Sociedade do Espetáculo”, o título também se apresenta como os filmes B de terror, com diálogos exagerados e vários estereótipos.
Fora os zumbis, temos ainda alguns psicopatas que surgem como inimigos perigosíssimos na narrativa de Dead Rising 2. Esses malucos contam com uma história obscura e até assustadora e você com certeza ficará ansioso para conhecer cada um deles. Em suma, são seres bizarros que contribuem ainda mais para o clima maluco do jogo.
Falando em maluquice, a sequência segue os passos de seu predecessor, trazendo armas, itens e acessórios completamente bizarros. Em vez das tradicionais armas de fogo e facas ou espadas, o arsenal de Dead Rising 2 é composto por centenas de objetos inusitados, variando desde serras-elétricas até ursos gigantes de pelúcia. Isso sem contar a grande variedade de trajes disponíveis para Chuck, que pode usar desde roupas femininas até máscaras com a cabeça de Blanka, da série Street Fighter.
Dead Rising 2 tem uma história adequada para sua proposta. Bizarrices, clichês, estereótipos e mistérios compõem o roteiro inteligente do game.
Que comece a carnificina!
Bem, e quanto à jogabilidade? Se você desfrutou do primeiro game, então provavelmente não terá nenhum problema em Dead Rising 2. O esquema continua basicamente o mesmo. O jogador pode interagir com armas, itens de energia, portas, pessoas e outros elementos pressionando o botão de ação. Novamente, temos apenas um botão para golpear, mas é possível variar seus ataques ao mantê-lo pressionado — você também pode usar o ataque secundário para lançar sua arma ou mirar com uma pistola.
Mesmo assim, a ideia continua simples e direta: mate tudo o que já estava morto e alcance seus objetivos antes que o tempo acabe. O jogador pode ficar atento aos horários através do relógio em jogo, conforme recebe novas missões pelo rádio intercomunicador. Selecionar suas quests é algo semelhante a alguns RPGs, no qual você tem várias missões à disposição (primárias e secundárias) e pode ativar uma, guiando-se através das indicações em jogo.
 A grande novidade aqui é o sistema de personalização de armas. Conforme mencionamos, praticamente tudo pode virar uma ferramenta de destruição em Dead Rising 2. Agora, o jogador pode entrar nas Maintenance Rooms e criar seus próprios brinquedinhos com as Combo Cards — cartas adquiridas no jogo que fornecem as “receitas” para conceber suas armas.
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Chuck gera itens completamente bizarros e isto é um dos elementos mais divertidos do game. Em nossa tentativa, criamos desde tacos de beisebol com pregos na ponta até baldes com furadeiras acopladas. Quanto mais experiência e mais exploração, mais cartas você encontrará e esse estímulo é muito bem-vindo, ampliando a longevidade do título.
As possibilidades são absurdas, tanto para as armas customizadas quanto para os itens normais. Explorar Fortune City é uma prova recompensadora e tudo fica ainda melhor conforme você joga mais e mais. O game conta com um esquema de níveis no qual as habilidades de Chuck são aprimoradas conforme o jogador adquire os PPs — obtidos da experiência adquirida em matar zumbis e completar missões.
Você ainda pode recomeçar um jogo usando esses pontos, permitindo uma experiência mais ousada e divertida. Além de melhorar atributos como velocidade e resistência, o jogador também recebe novos golpes como finalizações e pontapés aéreos, algo que pode alterar completamente a sua estratégia e modo de jogo.
Ainda tem mais
Felizmente, explorar Fortune City sozinho não é a única opção de Dead Rising 2. O jogador vai encontrar vários personagens controlados pelo computador em sua jornada, incluindo alguns que devem ser resgatados e outros que querem apenas matar os zumbis. Mas o bacana mesmo está no modo cooperativo do título.
Qualquer jogador pode simplesmente entrar em sua campanha a qualquer momento, basta aceitar o convite e aguardar até que o companheiro se conecte. Não é possível explorar locais diferentes neste modo online, mas é muito mais divertido fazer as missões e salvar os sobreviventes ao lado de um parceiro humano.
Além desse modo multiplayer, Dead Rising 2 também traz o Terror is Reality. Como o nome sugere, trata-se de uma modalidade que reproduz o popular esporte do jogo, comentado no início da análise. Aqui, até quatro jogadores competem entre si pelo grande prêmio em missões de vários tipos e fortemente inspiradas por American Gladiator. O modo é bem divertido, principalmente pelas propostas bizarras.
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Graficamente, Dead Rising 2 não deixa a desejar. Mesmo com alguns problemas em relação à interação e a animação, o jogo consegue conceber um visual encharcado por sangue e brutalidade, sendo um prato cheio para quem quer violência gratuita. O áudio do game é interessante, principalmente pela dublagem e pelas trilhas bem contextualizadas.

Reprovado

Fora de controle
Não poderia ser diferente. A jogabilidade de Dead Rising 2 infelizmente não é das melhores. Isso fica claro já nos primeiros minutos de jogo, quando você tem de pilotar uma motocicleta para aniquilar zumbis. A sensação que temos é de que os controles foram feitos às pressas, pois boa parte da movimentação é esquisita.
O pior, entretanto, acontece com mais frequência durante a campanha principal. Não há qualquer sistema de travamento de mira, o que dificulta, e muito, a aniquilação dos mortos-vivos. Dessa maneira, fica difícil acertar a criatura desejada e muitas vezes o jogador acaba batendo em quem ainda está vivo. O problema se torna mais evidente nas batalhas contra os chefes. Fora isso, pegar itens do chão também pode ser uma tarefa complicada, principalmente quando sobrepostos. Em suma, o esquema de controles poderia ser muito melhor.
Mais probleminhas
Outro problema em Dead Rising 2 é a inteligência artificial. Mesmo com pouca vida, seus companheiros não procuram por itens para restaurar a energia. Além disso, é difícil comandá-los e os NPCs muitas vezes não obedecem suas ordens. Dead Rising 2 também apresenta loadings compridos e frequentes, o que pode se tornar uma frustração para os jogadores.
A dificuldade pode ser extremamente punitiva para quem não está acostumado com o jogo, pois seu progresso vai por água abaixo se a missão falhar. Um sistema de criação livre de armas e mais opções no modo competitivo também seriam muito bem-vindos.
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Vale a pena?

Dead Rising 2 é um jogo extremamente divertido, trazendo uma proposta diferente para o gênero dos games de mundo aberto. Em relação ao primeiro título da série, temos várias melhorias, sendo o modo multiplayer e a customização das armas as mais notáveis. Mesmo com alguns problemas, a obra da Capcom consegue se sair bem, liberando mais uma vez a divertida horda de zumbis.

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