quinta-feira, 9 de junho de 2011

Tomb Raider- Ánalise

By Bruno Hardy



Desde que a Crystal Dynamics anunciou o reboot da franquia Tomb Raider, um aspecto foi muito evidenciado: Lara Croft agora é humana. Os títulos anteriores sempre foram conhecidos por apresentar uma heroína acima de qualquer problema e capaz de esbanjar sensualidade mesmo nas situações mais adversas. Por mais sexy que isso fosse, não era o suficiente para manter o público interessado nas aventuras da moça, o que obrigou a desenvolvedora a criar uma reformulação neste novo jogo.
As primeiras imagens divulgadas já evidenciaram esse aspecto mais real da personagem. Todas as cenas liberadas exibiam uma Lara suja, ferida e assustada – assim como qualquer jovem de 21 anos se sentiria ao se perder em uma ilha no meio do Pacífico. Contudo, ao mesmo tempo em que víamos um lado até então desconhecido da musa, o game deixava claro que o clima de exploração dos primeiros títulos da franquia iria retornar.
Tudo isso foi confirmado durante a E3. Alguns dias antes do início do evento, a Square Enixliberou um trailer que chamou a atenção de todos. A cena parece ser a sequência inicial da produção e mostra a protagonista embarcando em uma expedição. Porém, algo dá muito errado e o navio naufraga, obrigando a garota a encontrar uma forma de sobreviver. No fim, ela consegue encontrar terra firme, mas não sem estar toda ferida.
 A musa em ação
Mais do que com seus títulos exclusivos, a conferência da Microsoft se destacou por apresentar a primeira demonstração de jogabilidade do novo Tomb Raider. Se o trailer já empolgou milhões de fãs, ver a musa em ação foi um dos pontos altos de toda a feira.
A exibição começou com Lara presa no alto de uma caverna. De alguma forma, ela foi capturada e amarrada de cabeça para baixo junto com outros corpos no que parece ser um altar tribal. E é a partir dessa cena que a ação tem início. Mesmo com sua inexperiência em situações como essa, a heroína se balança e consegue fazer com que as cordas que a prendem sejam atingidas pelo fogo do púlpito, permitindo a fuga.
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Ao despencar de uma altura relativamente grande, somos apresentados a uma das marcas registradas da personagem: os gemidos. Quem não se lembra da sonora expressão da senhorita Croft ao longo de toda a série? Saber que eles estão presentes neste reboot deixa claro que os elementos básicos da série foram mantidos – assim como a “boa forma” da moça.
Outro ponto que é destacado pela queda é a sensação de perigo. Assim como acontece em vários outros jogos, a tela fica embaçada e levemente desfocada quando Lara se fere gravemente, além de podermos ouvir os batimentos acelerados de seu coração. São efeitos aplicados para tornar a emoção do momento ainda mais intensa.
O interessante é que esses machucados interferem diretamente na jogabilidade. A protagonista anda com dificuldade e com a mão sobre um ferimento na costela, o que, em conjunto com o abalo emocional, faz com que a exploração da caverna seja ainda mais complicada.
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O mesmo pode ser visto quando ela tenta correr. Ofegante e tropeçando constantemente, essa é a confirmação de que Lara Croft está mais humana, frágil e inexperiente.
Beleza claustrofóbica
Como dito, o visual de Tomb Raider é um dos grandes destaques do título da Crystal Dynamics. Esse cuidado, entretanto, não foi dedicado às curvas da heroína, mas também ao cenário. Durante a exibição na E3, o ambiente claustrofóbico da caverna em que Lara foi feita prisioneira despertou tanto a atenção quanto à própria jogabilidade.
O local é completamente envolvente, trazendo um clima sombrio e nada amistoso ao game. A falta de iluminação em determinados pontos apenas acentua essa característica, assim como o som de água corrente e de goteiras crie uma inevitável tensão.
A situação melhora um pouco mais adiante, onde tochas indicam um caminho. Mais do que isso, é possível pegar uma delas para continuar a avançar. Nesse ponto, os efeitos de reflexo do fogo na parede molhada funcionam muito bem e ajudam a construir uma atmosfera ainda mais imersiva.
A abordagem realista também está presente no objeto. Ao passar por uma cortina d’água, a chama se apaga e é preciso encontrar outra fogueira para reacendê-la. O mesmo acontece caso o jogador incendeie muitos elementos do cenário – algo essencial para resolver alguns puzzles.
Além disso, a caverna também oferece várias armadilhas. Em determinado momento, Lara sobe em uma estrutura e é subitamente atacada por alguém, iniciando um pequeno quick time eventpara se livrar do agressor. Um pouco mais à frente, ela encontra um corredor com um piso falso, fazendo com que a moça deslize por uma ladeira repleta de obstáculos que a leva a uma área acidentada e em pleno desmoronamento.
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Essa tensão criada pelo desespero também é criada pela trilha sonora, que sofre uma mudança e ficam mais enérgicas. Fugas e escapadas, por exemplo, possuem uma música mais agitada, colaborando para a manutenção do clima de desespero proposto.
Uma ajuda nos momentos difíceis
Como dito anteriormente, Tomb Raider traz um mecanismo de objetos interativos que obriga o jogador a tomar cuidado para não desperdiçá-los. No caso da tocha, tanto a água quanto seu uso excessivo podem fazer com que o fogo apague, obrigando-o a procurar uma nova chama para reacender a sua. Para evitar que você jogue suas oportunidades fora, a Crystal Dynamics desenvolveu um sistema que ajudará os novatos a descobrir qual a forma ideal de realizar um quebra-cabeça.
Img_normalPor mais que Lara Croft ainda seja inexperiente, ela possui o DNA da exploração em seu código genético. Isso porque, diante de um puzzle, é possível ativar uma visão especial que indica quais os elementos do cenário podem ser utilizados. É algo semelhante à Eagle Vision de Assassin's Creed ou ao Detective Mode de Batman: Arkham City.
No desafio apresentado na demonstração, a personagem deve queimar uma estrutura para ativar uma espécie de elevador, que joga outros objetos incendiados para a saída bloqueada do lugar. Dessa forma, ela cria um tipo de bomba e consegue sair da claustrofóbica prisão.
Além disso, de acordo com o que foi visto na E3, alguns desses quebra-cabeças são bem complicados à primeira vista, o que torna o olhar com os instintos de sobrevivência ainda mais útil.
Outra ajuda que Lara irá ter ao longo de Tomb Raider são os quick time events. Era possível ver em vários momentos da apresentação que essas decisões rápidas servem tanto para escapar de uma situação de perigo quanto para impedir que um inimigo o ataque desprevenido. Em um teste realizado pelo site VG247, por exemplo, a luta contra um lobo só não acaba mal para o lado da moça por conta desses QTE, que permitem que ela saque uma faca para facilitar o combate.
Por fim, parece que a Crystal Dynamics conseguiu acertar em cheio o reboot da franquia clássica. O estúdio uniu elementos de renovação com características clássicas, o que agradou aos fãs da série. Ainda que alguns elementos lembrem muito Uncharted, é inegável que o charme de Lara Croft e as adições feitas para esse recomeço façam com que o título seja imperdível.

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